Brasileiro de Parapente – Prova 4

Brasileiro de Parapente – Prova 4

março 16, 2022 Off Por freeflighttv

Mais uma prova do Campeonato Brasileiro de Parapente, etapa de Governador Valadares, pra conta… mas dessa vez com uma condição bem diferente das três primeiras provas.

Após o briefing dos pilotos, Vinícius Matuk falou com nossa equipe e explicou que estava chovendo no Espírito Santo, o que acabou acarretando em ventos fortes e em um tempo mais úmido na região de Governador Valadares. Ele chegou a alertar uma possibilidade de chuva em Engenheiro Caldas, na região mais ao Sul da prova, e com um vento mais forte, o que dificultaria fazer algumas “pernas” que acabariam ficando contra o vento. As térmicas, também diferentes dos primeiros dias, estavam derivando mais, e ia acabar tirando os pilotos do percurso da otimizada.

Imagem da rampa do 4º dia de prova

A PROVA

A prova se mostrou exatamente como as previsões. Com um start mais arrastado e um teto ainda muito baixo, os pilotos tiveram muita dificuldade para percorrer os primeiros 18.5km até o primeiro pilão. Gilmar Couto, mantendo uma estratégia mais agressiva, foi o primeiro a se separar do pelotão principal e se aventurar sozinho rumo ao pilão. Não demorou muito para o pelotão alcançar Gilmar. Moacir Mior disparou à frente ganhando bastante distância dos outros pilotos e batendo o primeiro pilão com 30 minutos de prova.

Assim que conseguiram alcançar Moacir, o pelotão inteiro resolveu buscar uma térmica ainda na borda do primeiro pilão. O piloto Mario Monteiro foi o primeiro a desbravar a segunda “perna” da prova, chegando a abrir 2K de distância do segundo colocado. Mas se a primeira perna, que seguia na direção sul, já estava complicada, a segunda que seguia para o noroeste estava pior, e não demorou muito para Mario se complicar e o pelotão passa bem mais alto à direita da otimizada, nesse momento com Luciano Horn, Caio Buzzarello e Walter Filho puxando a prova com 1.250 metros de altitude. O francês Ivan Haas logo conseguiu chegar e ficar na cola desse pelotão. Mas atrás vinha um outro pelotão mais alto, chegando a 1.500 metros de altitude, com Gilmar Couto, Marcella Uchoa, André Becker e Samuel Nascimento. Assim que alcançou o primeiro pelotão, Gilmar assumiu novamente a liderança e bateu o segundo pilão.

Gilmar Couto

Sem perder tempo pra enroscar, Gilmar disparou para a terceira “perna” que ia em direção ao sul, seguido de Marcella Uchoa, André Becker e Moka. Chegando em cima da cidade Divino do Traíra, Gilmar tentou achar alguma térmica, mas não estava rendendo então resolveu tirar para a direita da otimizada e tentar achar outra térmica em cima de um morrote, enquanto Marcella e André se mantiveram em cima da cidade e Moka acabou “pregando”. A verdade é que as condições estavam muito ruins nessa altura da prova.

O restante do pelotão que ficou pra trás com Erico Oliveira, Caio Buzzarello, Ivan Haas, Gilberto Raposo e Ronnie Koerich, acabaram esperando na borda do segundo pilão para ganhar fôlego. Mas mesmo assim não conseguiam ultrapassar os 1.100 metros de altitude. Percebendo que não estava rendendo muito, o pelotão tirou em direção ao Gilmar, que prontamente também resolveu seguir para a direção de uma cordilheira que estava mais à esquerda da otimizada.

E aí começou o teste de paciência e técnica dos pilotos. Parecia até que a prova havia sido interrompida, pois ninguém se mexia e não conseguia ganhar altura por um bom tempo, o que beneficiou muito Gilmar Couto que estava em primeiro lugar e acabou somando importantes pontos de liderança. Gilberto Raposo conseguiu chegar onde se encontrava Marcella Uchoa e os dois abriram bem à direita da otimizada seguindo a cordilheira. Nesse momento tivemos a informação que estava chovendo em Engenheiro Caldas, que ficava bem na rota do quarto e último pilão. A tensão se espalhou entre os pilotos que ficaram aguardando uma posição da organização pra saber se a prova ia seguir. A chuva foi classificada como grau 2, então resolveram manter a prova.

Pelotão – (Imagens cedidas por Ziza Marcon)

Enquanto praticamente todos os pilotos estavam voando em modo de sobrevivência, Gilberto Raposo e Marcella Uchoa conseguiram uma boa térmica, subiram para 1.400 e 1.200 metros respectivamente e seguiram para bater o terceiro pilão bem a direita da otimizada. O pelotão que vinha mais à esquerda, conseguiu bater o pilão e subiram em uma ótima térmica chegando a mais de 1.400 metros de altitude e dispararam para o quarto e último pilão, nesse momento com Jarbas Batista e Luciano Horn puxando o pelotão, seguidos de perto por Rafael Barros, Ivan Haas e Washington Luiz.

Gilberto Raposo se manteve bem mais à esquerda da otimizada da última “perna” que seguia na direção oeste, voando próximo a Engenheiro Caldas, onde conseguiu novamente chegar a mais de 1.400 metros de altitude. Marcella Uchoa veio logo em seguida na mesma direção, mas não antes de Gilberto tirar para o pelotão da otimizada com 200 metros a mais de altitude.

Marcella Uchoa, conseguiu pegar uma ótima termal em cima de Engenheiro Caldas e foi rumo ao último pilão bem ao sul da otimizada, chegando em uma altura e posição privilegiada. João Luiz apareceu junto com Gilberto Raposo e os dois conseguiram subir a 1.600 metros de altitude após bater o último pilão. Nesse momento Gilberto resolveu disparar em direção ao Gol.

Marcella chegando a mais de 1.600 metros de altitude resolveu acelerar pra cima de João que já estava com mais de 1.700 metros de altitude. Mesmo com a diferença de altura, Marcella conseguiu passar João, que parecia ter tirado o pé do acelerador, chegando no máximo a 45km por hora. Um pouco mais à frente, Gilberto resolveu se enroscar em um morrote para ganhar fôlego suficiente para ir direto pro gol. Marcella conseguiu rapidamente chegar e pegar a mesma térmica que Gilberto. Nesse momento, João aproveitou sua altitude e passou direto em cima da otimizada abrindo uma boa distância, mas quando resolveu dar uma última parada pra se enroscar antes do gol, não encontrou uma boa térmica, fazendo com que perdesse muito tempo e altitude em relação aos outros pilotos que vinham no pelotão de trás.

Gilberto Raposo chegando em primeiro lugar no Gol da 4ª prova

Gilmar Couto, depois de sobreviver praticamente a prova inteira, conseguiu uma boa altura junto com o pelotão que vinha nesse pelotão um pouco mais atrás e conseguiu colar em Gilberto e Marcella, que aproveitaram a falha de João e dispararam acelerando com tudo para o Gol. Marcella conseguiu pegar mais velocidade e chegou a liderar a prova por um bom tempo. Mas para conseguir atravessar um último morro antes do gol, ela teve que parar para ganhar altura e acabou se enroscando em uma térmica ruim, fazendo com que o pelotão de trás encostasse e deixando o caminho livre para Gilberto matar a prova, seguido de Gilmar Couto que conseguiu desgarrar do pelotão e chegar em segundo lugar, mas garantindo pontos suficientes para matar a segunda prova em Governador Valadares.

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